segunda-feira, 12 de novembro de 2007

IAN CURTIS




Aparecem como um furacão, vivem intensamente e morrem jovens. Jimi Hendrix, Jim Morrison, Kurt Cobain, Janis Joplin, Nick Drake ou os Buckley. Destes, só alguns ficaram famosos mas todos eles criaram uma espécie de culto à sua volta, deixando uma grande legião de fãs que os adora como se fossem os novos deuses do Olímpo.
Entre os deuses do Rock, encontra-se este senhor que dava pelo nome de Ian Kevin Curtis.

Corria o ano de 1976, Bernard Sumner, Peter Hook, Ian Curtis e Stephen Morris, quatro jovens de Manchester, decidem formar uma banda a que dão o nome de "Warsaw". Como já havia uma banda com nome parecido, o nome é alterado para Joy Division.
Tony Wilson, que havia fundado recentemente a "Factory Records" não perde tempo em contratar a nova promessa da música britânica. Segundo reza a lenda o contracto foi assinado com o próprio sangue de Wilson.
Em 1978, sai "Unknown Pleasures", o primeiro álbum da banda. Neste belíssimo disco já é bem visível o lado negro e depressivo de Curtis, através das suas letras. Temas como "Disorder", "New Dawn Fades" ou "She´s Lost Control" já adivinhavam que algo estava a mudar na música que se fazia na altura.

No dia 18 de Maio de 1980 Ian Curtis enforca-se na sua cozinha. Horas antes, chegara a casa, abrira uma garrafa de whisky, que bebera ao som de "Idiot" do Iggy Pop. Sabe-se também que viu na televisão, o filme "Stroszek" de Werner Herzog, antes de se suicidar.
Deixou apenas uma pequena nota onde se podia ler: "Já não aguento mais".
O colapso do seu casamento com Deborah Curtis e as constantes crises de epilépsia são os mais fortes motivos apontados para o suícidio do músico britânico, tinha apenas 23 anos.

"Closer", o segundo álbum da banda seria posto à venda pouco tempo depois da morte de Curtis, já a sua estrela brilhava no Olímpo do Rock n' Roll.


Esta semana estreia finalmente nas salas portuguesas "Control", o "biopic" de Anton Corbijn, com Sam Riley no papel de Curtis.



Sobre Curtis ficaram as palavras de Al Berto:

"depois dança contorce-se embriagado
cobre o rosto suado com a ponta dos dedos espalha
sangue e cuspo construindo a sua derradeira máscara
cai para dentro do seu próprio labirinto
como se a verticalidade do corpo fosse um veneno"

Quanto a mim, só espero que "o amor nunca nos separe".

8 comentários:

Luís disse...

O "24-Hour Party People" é outro que aborda o assunto e que merece ver visto... Abc,

Special K disse...

Luís: Eu sei, o que eu delirei com o 24-Hour Party Peple, exactamente, uma espécie de biografia do homem que criou a Factory e fabricou bandas como os Joy, New Order ou Duruttti Column.
Obrigado pela dica, um abraço.

Anônimo disse...

Grande músico, grande poeta! Abraço!

Luís Galego disse...

um post com cheiro a angustia, mas de ler e reler...

Sweet Porcupine disse...

Definitivamente a não perder.
Reza a critica que a Deborah não ficou la muito feliz, pois fica bem demarcada a traição do marido, bem como os seus ataques.
Pessoalmente acho que para ele não magoar ninguem, ter tudo e nao ter nada....a unica solução que encontrou (erradamente) foi o suicidio!
De resto, o filme deve estar excelente!

Beijinhos ouriçados caro amigo!

Special K disse...

Olá Rato do Campo, bem-vindo a este "Meu Mundo".
Um abraço e volta sempre.

Special K disse...

Olá Sweet, eu li algo sobre isso, o certo é que ela foi co-produtora do filme, mas nem sempre estes têm a palavra final na mesa de montagem.
Beijocas Ouriçadas.

Special K disse...

Luís galego, obrigado pelas tuas palavras, os Joy foram daquelas bandas que preencheram a minha adolescência. Sempre tive uma certa adoração por estas vedetas com destinos trágicos.
Um abraço.