HÁ MAIS UMA ESTRELA NO CÉU

Acabo de saber pelo Felizes e pelo Pinguim da partida do Catatau. Confesso que foi um choque.
Há muito que sentia a falta dos seus comentários, sempre me interroguei como é que ele conseguia, quase sempre, ser o primeiro a comentar, e como eram sempre certeiros e pertinentes esses mesmos comentários. Não o vou poder abraçar no jantar deste ano e já sinto saudade.

Este foi daqueles que nunca esqueci:

"Olha, nem sabes a alegria que me dás!
Não, não é por quereres tirar um curso superior (que sim, pronto, ok, mas não é isso) - é por ser o curso que é!!! Vais gostar, acredita. E se não o conseguires fazer no tempo "regulamentar", demora o que quiseres. Saboreia-o.

(Se precisares de ajuda pede o meu contacto ao Pinguim. :) )"
8 de Maio de 2008 08:35


Aqui fica a minha homenagem nas palavras do Al Berto, penso que ele iria gostar.

"No centro da cidade, um grito. Nele morrerei, escrevendo o que a vida me deixar. E sei que cada palavra escrita é um dardo envenenado, tem a dimensão de um túmulo, e todos os teus gestos são uma sinalização em direcção à morte - embora seja sempre absurdo morrer.
Mas hoje, ainda longe daquele grito, sento-me na fímbria do mar. Medito no meu regresso. Possuo para sempre tudo o que perdi. E uma abelha pousa no azul do lí­rio, e no cardo que sobreviveu à geada. Penso em ti. Bebo, fumo, mantenho-me atento, absorto - aqui sentado, junto à janela fechada. Ouço-te ciciar amo-te pela primeira vez, e na ténue luminosidade que se recolhe ao horizonte acaba o corpo. Recolho o mel, guardo a alegria, e digo-te baixinho: «Apaga as estrelas, vem dormir comigo no esplendor da noite do mundo que nos foge»."

Al Berto, Lunário

Imagem: Starry Night - Van Gogh

AI ESTES SONHOS...

O Sonho (1932)

Pablo Picasso (1881-1973)

DIA INTERNACIONAL DOS MUSEUS

As Tentações de Santo Antão, painel central(1495-1510)

Hieronymus Bosch(1450-1516)

Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa

Dia 18 de Maio comemora-se mais um Dia Internacional dos Museus. Mais uma vez a data será celebrada em vários museus e monumentos do nosso país que terão entrada gratuíta ao longo de todo o dia.

No entanto a festa começa logo na noite de 17 para 18 de Maio com a Grande Noite dos Museus, que vão estar abertos durante a noite com visitas guiadas, concertos, peças de teatro e filmes e muitas outras actividades.

Aqui todo o programa das festas em PDF

A RONDA DA NOITE

A Ronda da Noite, 1642

Rembrandt (1606-1669)

Não, não é no museu.

Ele está num cinema perto de si.

PAIXÃO NUA

A paixão nua e cega dos estios
Atravessou a minha vida como rios

Sophia de Mello Breyner Andresen
"O Nome das Coisas"
Imagem: Phosphorus and Hesperus, Evelyn De Morgan

ARMA DE DESTRUIÇÃO

Arma de destruição massiva contra o preconceito.

Imagem: Eric

ADEUS CARNAVAL

Pieter Brueghel, o Velho

Combate entre o Carnaval e a Quaresma (1559)

Acabaram-se os excessos do carnaval, vêm aí os rigores da quaresma. Este deveria ser um tempo de rigor, abstinência, jejum e oração, um pouco à semelhança do Ramadão islâmico.

Herege como eu sou, vou ter que suportar a minha quaresma durante mais um mês.

SURREALISMOS

Le Faux Miroir, 1928
René Magritte

A Memory lançou-me um desafio que consiste em escrever 5 frases completamente surreais e passar o castigo a mais 5 vítimas.

Então aqui estão as minhas frases:

1- O meu Sporting ainda vai ser campeão nacional.

- Esta é a mais surreal de todas, espero que quem me conheça de outras paragens não repare que já é repetida.

2- O Paulo Portas vai-se assumir como bicha e revelar ao mundo que, à noite, leva uma vida dupla como um travesti chamado Kátia Máriza.

- Eu pergunto: "O que é que isto tem de surreal?"

3- Em 2008, Nuno da Câmara Pereira, Alberto João Jardim, Santana Lopes e João César das Neves vão liderar uma petição a favor do casamento e adopção por pessoas do mesmo sexo.

-O pior é que, quando tiverem as assinaturas na mão, vão mandar toda essa cambada de paneleiros para um gulag na Sibéria.

4- Já que não conseguimos no futebol; um dia a nossa economia ainda vai bater a da Grécia.

- Dá sempre um ar sério falar de economia.

5- Mesmo surreal seria conhecer o gajo que inventa estas correntes blogosféricas.

Esta é a parte que eu quase nunca respeito. E, mais uma vez, não vou passar a ninguém, fica por aqui para quem lhe quiser pegar.

REVIRAVOLTA

E não é que numa reviravolta surpreendente o estado comprou mesmo o quadro de Tiepolo!
A obra vai estar agora em exposição no Museu Nacional de Arte Antiga, ao lado da "Fuga para o Egipto", o outro quadro de pintor veneziano em exposição no Museu das Janelas verdes.

A DEPOSIÇÃO DE CRISTO NO TÚMULO

A Deposição de Cristo no Túmulo, óleo sobre tela, 1769-1770
Giovanni Battista Tiepolo(1696-1770)

Este nosso país é um poço de surpresas... Há poucos dias descobriu-se no Mosteiro de Singeverga, em Santo Tirso, o que parece ser um verdadeiro Tintoretto. Agora a Ministra da Cultura descobriu que havia um Tiepolo em Portugal que, por acaso, até estava classificado pelo estado português desde 1939.
A "Deposição de Cristo no Túmulo" vai hoje a leilão e a base de licitação é de 1,25 milhões de euros. Manuel Bairrão Oleiro, director do IMC já veio dizer que o organismo que gere não tem dinheiro para adquirir o quadro. A Ministra diz que também não é possível recorrer ao mecenato para comprar a obra.
Acontece que, estando classificado pelo estado português, seja quem for que venha a adquirir o quadro não poderá sair com ele do país sem o aval do Ministério da Cultura, pelo menos foi o que eu percebi.

Visto que os orçamentos da cultura já foram sacrificados a favor de José Berardo, esse grande mecenas da arte, o Abramovich português, vamos todos fazer uma vaquinha para comprar a obra e assim poupar a nossa querida ministra a mais um embaraço. Pelo menos, de vez em quando, lá vamos sabendo que ela existe.

A ACADEMIA DE PLATÃO

Jean Delville (1867-1953)

FRESCOS DA CAPELA SISTINA

Ainda a propósito das Pilinhas no Vaticano gostava de deixar aqui esta questão:

Será que João Paulo II ou Bento XVI teriam a audácia de aceitar um artista homossexual a trabalhar no Vaticano, mesmo sendo um dos maiores génios da história das artes?
Será que deixavam algum artista decorar o tecto da Capela Sistina com frescos representando belos homens, musculados e com a pilinha à mostra?

Imagens: Pormenores dos frescos de Michelangelo na capela Sistina em Roma.

HERMITAGE EM LISBOA

Pedro I, óleo sobre tela, 1717

Jean-Marc Nattier (1685-1766).

O Hermitage, em São Petersburgo, é um dos mais famosos museus do mundo. Foi a pensar em pessoas como eu, que não podem ir até à lindíssima cidade russa, que trouxeram uma pequena parte da colecção até nós.

A exposição “Arte e cultura do Império russo nas colecções do Hermitage: de Pedro, o Grande, a Nicolau II”, traz a Lisboa cerca de meio milhar de magnificas peças de pintura, escultura e artes decorativas que se estendem de setecentos aos início do século XX. A exposição centra-se na diversidade das personagens reais e na riqueza da vida de corte da dinastia imperial dos Romanov.
Entre as cerca de 500 obras patentes ao público, destacam-se: Retratos da família imperial, vistas de S. Petersburgo, trajos das czarinas e fardas da Guarda Imperial, assim como peças de mobiliário, baixelas e algumas das famosas jóias desenhadas por Fabergé.

A exposição vai estar patente entre os dias 26 de Outubro e 17 de Fevereiro na Galeria D. Luís no Palácio Nacional da Ajuda. Prev~e-se que seja apenas a primeira de uma série de três exposições que se realizarão entre 2007 e 2009 que antecedem a instalação de uma filial em Lisboa do célebre museu russo.

Mais informações em:
IPM.PT

A MORTE DE JACINTO

A Morte de Jacinto, 1801

Jean Broc (1771-1850)

"A Morte de Jacinto", este belo quadro representa um dos meus episódios preferidos da mitologia grega, os amores de Apolo e Jacinto:

Jacinto era um jovem mortal que, pela sua juventude e rara beleza, cedo despertou a paixão dos deuses.
Zéfiro, o deus do Vento Oeste, apaixonou-se perdidamente pelo rapaz. Porém o jovem Jacinto prefiriu corresponder às atenções do belo Apolo.
Um dia Zéfiro encontra Jacinto e Apolo em grande diversão praticando o lançamento do disco. Louco de ciúmes, Zéfiro faz soprar o seu vento no preciso momento em que Apolo lança o disco este muda de rumo embatendo violentamente na cabeça de Jacinto.
Apolo corre em seu socorro mas nem todo os seus poderes são suficientes para salvar o pobre rapaz que morre nos seus braços.
Louco pela dor, Apolo faz crescer no chão onde havia caído o sangue do jovem uma bela flor a que dá o nome de jacinto.
Assim todas as primaveras nasce esta flor que simboliza o amor efémero e trágico de Apolo por Jacinto.