Meus amigos, perdoem de novo a ausência mas não tenho tempo para nada.
Regresso para celebrar o Equinócio da Primavera e o Dia Mundial da Poesia.
3
Quase nu,
Ágil,
Trigueiro -
Com um dinaire gentil,
Ergueu o disco nos braços -
E o disco,
Rolou, -
Galhardamente lançando
Num largo aprumo viril.
Nos olhos
Suavíssimos e longos
Uma expressão
De fadiga e de pecado
Tomou mais vulto
E maior intensidade
Quando notou que o fixei.
A boca sorriu-se,
Altiva,
Condescendente,
- Como amante que vacila
Na dádiva do seu corpo,
ausente e longe
Daquele
A quem jurara ser firme.
O dia morre
Em claridade soturna;
E as rosas,
Cingindo a fronte do vencedor
Esmorecem -
Como troféu que perdesse
A gala da sua cor.
Escravo belo da força
Foge do amor!
António Botto, "Canções e Outros Poemas"
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3 comentários:
Botto - oh, o Botto é insuperável! Parabéns pela escolha!
E que magnífica escolha fizeste.
que escolha tão especial, Special!
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