segunda-feira, 23 de junho de 2008

THE RIME OF THE ANCIENT MARINER


The fair breeze blew, the white foam flew
The furrow folloewd free;
We were the first that ever burst
into that silent sea!

Down dropt the breeze, the sails dropt down,
'Twas sad as sad could be;
And we did speak only to break
The silence of the sea!

All in a hot and copper sky,
The bloody Sun, at noon,
Right up above the mast did stand,
No bigger than the Moon.

Day after day, day after day,
We stuck, nor breath nor motion;
As idle as a painted ship
Upon a painted ocean.
Water, water, every where,
And all the boards did shrink;
Water, water, every where,
Nor any drop to drink.



Soprava a suave brisa,
A branca espuma ondeava,
Calmo era o sulco, e extenso;
Ninguém antes tinha entrado,
naquele mar de silêncio.

A brisa e as velas caíram,
Oh, que tristeza sem par;
Falámos só para romper
O silêncio do mar!

Num céu quente e cobreado,
O Sol sangrento, ao meio-dia,
A pino por sobre o mastro,
Não era maior que a Lua.

Dia a dia, dia a dia,
Sem um sopro que o movesse,
O barco ficou parado;
Em vão como um barco a tinta
Num oceano pintado.

Água, água, em todo o lado,
E as pranchas a encolher;
Água, água, em todo o lado,
E nem uma gota para beber.

The Rime of the Ancient Mariner
Samuel Taylor Coleridge (1772-1834)
Ilustrações: Gustave Doré (1832-1883)
Tradução portuguesa: Gualter Cunha, Relógio de Água


Foi há um ano atrás que eu fiz referência a este livro aqui no blogue. Ainda na ressaca do concerto de Metallica e já na antecipação dos Iron Maiden trago aqui um excerto deste grandioso poema de Coleridge, apenas um dos grandes escritores britânicos que eu conheci através da música dos Maiden. Um dia talvez traga até aqui o Edgar Allan Poe com "Murders in the Rue Morgue" dos Iron Maiden a acompanhar. Pode ser que também encontre mais algumas destas fabulosas ilustrações do Doré para embelezar o post.

16 comentários:

Catatau disse...

Lindo!!
E de repente fizeste-me lembrar 'A Tempestade', do W. Shakespeare. E fizeste-me lembrar também a 'Ode Marítima' do A. de Campos. E recordaste-me todas as sagas de marinheiros - a minha incluída - que já me passaram pelos olhos e de que eu tanto gosto. Até de Moby Dick do Melville...
As gravuras são um achado. :)

Anônimo disse...

A «Rhyme» é dos meus poemas favoritos do Coleridge. Abraço!

João Roque disse...

Eu só posso falar do que conheço; e deste post o que conheço e admiro são sobretudo as fabulosas ilustrações de Gustave Doré!!!
Abraço.

Anônimo disse...

Gostei das ilustrações, do poema, mas desculpa, não gosto dos Iron Maiden:)
Beijos

TUSB disse...

Ganda som, em relação a Coleridge, não conheço o suficiente para ter um ideia concreta da poesia dele, mas pelo texto que publicaste aqui, parece muito interessante.
Mas sou mesmo fã de Edgar Allan Poe, que para mim é um dos grandes mestres da literatura!

Socrates daSilva disse...

Que excelente conjugação aqui vai!
Vivam os mares...
Abraço

Special K disse...

Catatau: Conheço todas as sagas marítimas de que falas menos a tua. Mais uma forcinha para o lobbie do blogue do Catatau.
Um abraço.

Special K disse...

Arion: para mim também e sou incapaz de pensar em Coleridge sem me lembrar dos Maiden.
Um abraço

Special K disse...

Pinguim: Foi há pouco tempo que conheci o Doré mas posso dizer que já conheço bem o trabalho dele. gosto muito de ver este tipo de gravuras, recorda-me sempre as ilustrações dos livros de aventuras da minha meninice:
o Júlio Verne, O Salgary, o Dumas ou a Ilha do Tesouro.
Um abraço.

Special K disse...

gitas: Isso é um pecado grave mas pronto, eu perdoo. ;)
Bjks

Special K disse...

o Coleridge é uma grande referência da poesia romântica inglesa. Tanto o Coleridge como o Poe conheci-os na adolescência através da música dos Iron Maiden. Curiosamente, foi na mesma altura em que ouvi o "Killers" pela primeira vez que a televisão passou o "The murders in the Rue Morgue" com o Jason Robards. Só mais tarde vi a versão mais antiga com o Bela Lugosi.
Um abraço.

Special K disse...

Sócrates: Vivam os mares. Um abraço.

Smile disse...

Olá Special K,
lindissimo poema e muito bem escolhido.
Bjs e um Big Smile

Special K disse...

Olá Smile, muito obrigado.
Beijos

. disse...

Grande poema...

Por acaso, numa aula de Português do meu 10º ano, a professora para ilustrar o que era o romantismo literário fez uma referência a este poema.
Eu conhecia a musica e não o poema...
...ela tinha o poema, mas desconhecia a musica...
Digamos que foi uma troca justa...

Mas digerir 14 paginas de inglês arcaico foi dose. Mas é, tão somente, genial...

Special K disse...

Wolfheart Obrigado por mais uma visita, às vezes também é bom ensinar algo aos professores.
O problema de escritores como Coleridge é mesmo o inglês antigo, dá muito mais trabalho para compreender, se bem que também tem outra sonoridade, talvez até mais musical.
Um abraço.