terça-feira, 25 de março de 2008

SEIS HORAS TRÊS MINUTOS



Seis horas três minutos

no rico reino dos ondatras
sobre os campos da batalha sob o aparente reinado
da massa
o dedo trémulo de uma criança
luta contra a dor silenciosa de sempre
subindo às maiores alturas
novos e estranhos náufragos em gozo de licença
quatro homens
que olham
enquanto
por todos os lados
quatro cadáveres
passam


Mário Cesariny

"Pena capital"

Imagem: Sara Franco

8 comentários:

João Roque disse...

Puro surrealismo...

Anônimo disse...

Excelente, adorei!:)
Beijos

Anônimo disse...

diferente!

André Mans disse...

forte
do jeito que eu gosto

Moi disse...

Condenados
Na densidade do vazio
Os corpos mortos flutuam

do nada...

...um toque, a esperança.

Special K disse...

Pinguim: Assim era o Cesariny, um surrealista. Infelizmente este mundo parece cada vez mais surrealista, num mau sentido.
Um abraço.

Special K disse...

Gitas: Obrigado.
Um beijo.

Noivo: Cesariny foi diferente em muitos aspectos.
Um abraço.

Mans: Eu também gosto forte ;)
Um abraço

Special K disse...

Moi: Que do nada venha a esperança, eu estou à espera dela. Obrigado.
Um abraço.