quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

A MINHA QUARTA-FEIRA CINÉFILA



Acho que não arrisco muito ao dizer que Tim Burton e Johnny Deep constituem a mais criativa dupla do cinema das últimas décadas. Uma associação que, pode-se dizer, começou à tesourada e, até agora, ficou-se pela navalhada.

Sweeney Todd é o último projecto deste duo, uma adaptação de um músical da Broadway sobre um homem que se deixa cair no lado negro da sua própria vingança.
Benjamim Barker, regressa a Londres após anos no mar a cumprir uma pena por um crime que não cometeu. Em busca de vingança abre uma barbearia em Fleet Street no andar mesmo acima da fábrica de empadas de Mrs. Lovett, as piores de Londres, como a própria reconhece.
É ela que lhe conta que a sua filha é prisioneira em casa do Juiz Turpin, o homem que o havia condenado, e que a sua mulher se suicidara com o desgosto. Benjamim é agora Swenney Todd é só quer uma coisa na vida, matar o juiz. Para o fazer forma uma estranha associação com Mrs. Lovett, fornecendo-lhe a carne para aquelas que se irão tornar as melhores empadas de Londres...

É impressionante a capacidade de Deep para se transfigurar em cada filme que faz:
Em "Eduardo Mãos de Tesoura" era o simpático e ingénuo monstro que sofria com a solidão e intolerância das pessoas. Com "Ed Wood" transforma-se no "pior realizador" de todos os tempos, que também tinha um fetiche por roupas femininas. Em "Charlie e a Fábrica de Chocolate" é o excêntrico mas deslumbrante Willy Wonka. Por fim o mais original pirata de todos os tempos, Jack Sparrow. Um "franchise" que o tornou milionário mas que nunca deveria ter passado do primeiro filme.
Em Sweeney Todd além de cortar gargantas também canta...

O elenco é completado pela excelente presença de Helena Bonham Carter(Mrs Lovett), Outra presença habitual dos filmes de Burton, não fosse ela a sua companheira. E por Alan Rickman (Juiz Turpin) que tirou umas férias da sua actividade como docente na escola de magia de Hogwarts


"O Lado Selvagem" é baseado numa história verídica e no bestselling literário de Jon Krakauer. Depois de se graduar na Universidade de Emory em 1992, Christopher McCandless, estudante de topo e atleta, abandona as suas posses, oferecendo as suas poupanças de 24 mil dólares e partindo à descoberta da américa e de si próprio.

Na velha tradição dos "road movies" americanos, "Into the Wild", explora a história verdadeira de Christopher, um jovem rebelde que se revolta contra a sociedade, contra a família burguesa e disfuncional e desaparece sem dizer uma unica palavra aos pais ou à irmã, a única pessoa que o compreende.
Muda o seu nome para "Alexander Supertramp" e erra pela América à boleia ou escondido em comboios de mercadorias.
Ao longo da sua jornada conhece várias pessoas, que lhe dão o carinho e amor que os pais nunca deram mas não se consegue fixar num só sitio, o apelo da aventura e do desconhecido é sempre mais forte.

Quem era Chris McCandless, um louco, um vagabundo irresponsável?
Ou um espírito livre, em fuga de uma sociedade opressora?
No fundo era um pouco de tudo.

Jon Krakauer, editor da "Outside Magazine", apaixonou-se pela história trágica de Chris e resolveu reconstituir as suas viagens.
Sean Penn leu o livro e também ele se deixou levar pela história de McCandless. E assina aquele que é o meu filme preferido da sua curta carreira como realizador.
Emile Hirsch, é fantástico na pele do jovem aventureiro americano. Se era uma das grandes esperanças da nova fornada de jovens actores a sair de Hollywood, penso que depois de encarnar Chris McCandless, se vai tornar numa certeza.



Eddie Vedder, foi a par de Cobain, um dos grandes ícones da época retratada no filme e dá o tom ideal para a banda sonora da vida de Chris "Supertramp".
Será que a banda sonora de "Into the Wild" não será também um grito de liberdade para o vocalista dos Pearl Jam, num momento em que a criatividade e a popularidade banda andam um pouco em baixo?

Sinceramente, dois filmes a não perder.

11 comentários:

Anônimo disse...

tenho a certeza que são duas boas sugestões!

Divinius disse...

A LUZ QUE TE DEIXO É DA COR DA MINHA VIDA...)
Gostei de ler:)

Anônimo disse...

Parecem dois filmes interessantes:)
Beijos

Anônimo disse...

Ena...
Fiquei curioso, tenho que ver isso.
Só pelo teu post tenho de o fazer :)

Grande abraço

Special K disse...

Noivo:
Acredita que são mesmo.
Um abraço.

Divinius:
Obrigado pela visita.
Um abraço

Gitas:
São mesmo bons, vale a pena ir ver.
Beijos.

JNavarro.
São filmes a não perder e ambos com uma excelente banda sonora.
Um abraço.

Special K disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
paulo disse...

eu sei: mais uma a ver... ando tão atrasado em matéria de cinema que até assusta. enfim, vai para a agenda!
Abraço

João Roque disse...

Pois é, tanta coisa boa a ver, como tanta coisa interessante a ler e eu nesta minha "preguiça"...
São dois filmes que estou certo satisfarão qualquer amante de bom cinema; Jonh Deep é talvez, hoje, o melhor actor de cinema, até tem carisma...
Abraço.

Anônimo disse...

sem dúvida óptimas escolhas...

Special K disse...

Paulo:
Pelo menos estes dois valem a pena e estão aí a chegar mais alguns imperdíveis.
Um abraço.

Pinguim: Aconselho vivamente estes dois e como já disse ao Paulo estão aí mais a chegar.
Apaixonei-me pelo Johnny Deep desde que vi o "Eduardo Mãos de Tesoura".
Um abraço.

RV:
Obrigado pela visita e pelo comentário.
Um abraço.

iLoveMyShoes disse...

:) também gostei muito do Sweeney Todd (acho que iria gostar mesmo que não fosse verdadeiramente bom, depois da versão assassina que vi no Teatro Aberto com encenação do João Lourenço). O ambiente sombrio de Londres está tão bem retratado. E o Tim Burton cortou os coros e coreografias, o que deu ao filme uma fluidez mais interessante. A determinada altura até podes esquecer que é um musical. :)