segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

CUBA Y LA NOCHE


Dos patrias tengo yo: Cuba y la noche,
sumidas ambas en un solo abismo.
Cuba o la noche (porque son lo mismo)
me otorgan siempre el mismo reproche:

"En el extranjero, de espectros fantoche,
hasta tu propio espanto es un espejismo,
rueda extraviada de un extraño coche
que se precipita en un cataclismo

donde respirar es en sí un derroche,
el sol no se enciende y sería cinismo
que el tiempo vivieras para la hermosura".

Si ésa es la patria (la patria, la noche)
que nos han legado siglos de egoísmo,
yo otra patria espero, la de mi locura.

Reinaldo Arenas, Nova Iorque, 1986
Imagem: Javier Bardem, "Antes que anoiteça",
Julian Schnabel (2000)

4 comentários:

Anônimo disse...

Gostei do poema:)
Beijos

Special K disse...

Gitas:
Há muito que queria fazer um post sobre este poeta cubano que sofreu bem na pele o preconceito pela sua orientação sexual.
Aproveitei a noite dos Óscares, pois Javier Barden, que encarnou a pele do poeta neste filme, era um dos vencedores pré-anúnciados da noite. Também o realizador Julian Schnabel estava nomeado para o filme "O Escafandro e a Borboleta".
Bjks

João Roque disse...

Gostei muito do filme e dainterpretação de Bardem, um actoe excepcional, mas gostei ainda mais do livro de R.Arenas.
Abraço.

Special K disse...

Pinguim:
Já andei por aí à procura do livro mas ainda não encontrei.
Um abraço