sábado, 7 de julho de 2007

ANDA VEM, JUST DO ME...


Anda vem...

Anda vem..., porque te negas,
Carne morena, toda perfume?
Porque te calas,
Porque esmoreces,
Boca vermelha --- rosa de lume?

Se a luz do dia
Te cobre de pejo,
Esperemos a noite presos num beijo.

Dá-me o infinito gozo
De contigo adormecer
Devagarinho, sentindo
O aroma e o calor
Da tua carne, meu amor!

E ouve, mancebo alado:
Entrega-te, sê contente!
--- Nem todo o prazer
Tem vileza ou tem pecado!

Anda, vem!... Dá-me o teu corpo
Em troca dos meus desejos...
Tenho saudades da vida!
Tenho sede dos teus beijos!

António Botto

4 comentários:

Anônimo disse...

Sensual e belo poema e a foto muito apropriada:)
beijos

RIC disse...

Passados todos estes anos, não duvido de que António Botto foi ousadíssimo!... Custa-me a entender como é que ele atravessava o quotidiano com tal... leveza, ainda que o meio artístico sempre tenha funcionado de modos muito diferentes... Mas mesmo assim, naquele Portugal, era obra!
Obrigado, meu caro! :-)
(A t-shirt é demais! Se algum me aparece com uma à frente...)

Special K disse...

Então tenho que ter cuidado pois cotumo andar com ela.
Para ele também não foi fácil, por isso viu-se obrigado a casar e emigrar para o Brasil onde morreu.
Um abraço

Anônimo disse...

Quando o youtube funcionar tens no tudo e nada uma prendita para ti. N�o sei se vais gostar, mas foi o melhor que pude arranjar:)
Beijos