terça-feira, 10 de julho de 2007
CONHEÇO O SAL
Conheço o sal da tua pele seca
depois que o estio se volveu inverno
da carne repousando em suor nocturno.
Conheço o sal do leite que bebemos
quando das bocas se estreitavam lábios
e o coração no sexo palpitava.
Conheço o sal dos teus cabelos negros
ou louros ou cinzentos que se enrolam
neste dormir de brilhos azulados.
Conheço o sal que resta em minha mãos
como nas praias o perfume fica
quando a maré desceu e se retrai.
Conheço o sal da tua boca, o sal
da tua língua, o sal de teus mamilos,
e o da cintura se encurvando de ancas.
A todo o sal conheço que é só teu,
ou é de mim em ti, ou é de ti em mim,
um cristalino pó de amantes enlaçados
Jorge de Sena
Imagem: J.P. Sousa
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7 comentários:
Este poema é belíssimo!
Beijos
... Queres mais provas do mérito da «distinção»?...
Abraço! :-)
Lindissimo ... ah ... e o poema também ... ;)
Beijoca encaracolada amigo Special One ... :)
Amigo Special K
vim aqui visitar este teu cantinho, por "recomendação" do Ric, pois se ele te nomeou para o prémio, é porque o mereces (sim, estou a ser imodesto, pois também me nomeou a mim...)
Asiim vim ver a tua "casa" e depara-de-me este belíssimo poema de J. de Sena, que me encantou, pois eu estou a viver o estado de graça que ele tão bem exprime aqui.
Não te ofereço um blog grande para visitares, pois foi-me tirado, apenas te posso oferecer o renascer das cinzas do Whynotnow.
Espero não te aborreças que te linque o blog, lá no meu espaço.
Abraço.
Olá Pinguim obrigado pelça visita, claro que podes linkar aliás eu vou fazer o mesmo.
Um abraço
O poema, como já foi dito, é belíssimo!
A escolha foto/texto está excelente!
:-)
Ah, que lindo poema, mesmo como eu gosto :)
Beijinhos
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