terça-feira, 24 de julho de 2007

O PRIMEIRO HOMEM


Era como uma árvore da terra nascida
Confundindo com o ardor da terra a sua vida,
E no vasto cantar das marés cheias
Continuava o bater das suas veias.

Criados à medida dos elementos
A alma e os sentimentos
Em si não eram tormentos
Mas graves, grandes, vagos,
Lagos
Reflectindo o mundo,
E o eco sem fundo
Da ascensão da terra nos espaços
Eram os impulsos do seu peito
Florindo num ritmo perfeito
Nos gestos dos seus braços.

Sophia de Mello Breyner Andresen
Obra Poética I
Caminho
Eu sei que estou a repetir a imagem mas gostei dela para ilustrar este poema.

6 comentários:

Shadow disse...

Soube-me tão bem ler Sophia de Mello Breyner Andresen logo pela manhã. Obrigada!
É sem dúdiva, uma das minhas poetisas de eleição!


Boa semana para ti! :-)

RIC disse...

Sophia + mar + gente.
Belo retrato!

«E no vasto cantar das marés cheias
Continuava o bater das suas veias.»

Obrigado! :-)

Sweet Porcupine disse...

Special k,
....fantástico!
Obrigada por este bocadinho de beleza!
Beijinhos ouriçados

Anônimo disse...

Belíssimo poema de Sophia que ilustraste muito bem:)
Beijos

Caracolinha disse...

F
A
N
T
Á
S
T
I
C
O

...

Beijoca encaracolada meu querido Special.

João Roque disse...

Nunca te canses de nos dares Sophia.
E podes repetir a foto as vezes que quiseres, por mim não me chateio nada...
Abraço.