Busquei na saudade funda
Que os seus olhos me deixaram
A coragem -
E a firmeza resistente
Pra fugir da sua vida.
Agora, já sou aquele
Que os outros querem que eu seja:
Normal, um pobre diabo
Que obedece ao preconceito
Moralíssimo, profundo,
De beijar a eterna esfinge...
- Já deixei o meu amor,
Já fiz a vontade ao mundo.
António Botto
Foto: Howard Roffman
Esperemos que um se possa amar em paz e não seja mais necessário "fazer a vontade ao mundo".
Eu sei que o poema está repetido mas achei-o indicado para assinalar a data.
«No dia 17 de Maio de 1990, a Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais. Esta acção pôs fim a mais de um século de homofobia médica. Prosseguindo esta decisão histórica, os proponentes pretendem que o Alto Comissariado para os Direitos Humanos e que a Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas condenem também a homofobia nas suas vertentes política, social e cultural, reconhecendo este Dia Mundial Contra a Homofobia. A decisão da OMS constitui uma data histórica e um símbolo forte e por isto a proposta é que este Dia Mundial tenha lugar anualmente no dia 17 de Maio.»
18 comentários:
Belo post, com uma foto apelativa, um verso do eterno Botto e com a bandeira do nosso orgulho.
Abraço.
Já vai sendo tempo de encararmos a homosexualidade com naturalidade!
Infelizmente há certos meios em que tal ainda não acontece!
Abraço
Excelente escolha o poema do Botto. Abraços d´A SEIVA e do EU, SER IMPERFEITO.
Magnífica a escolha do poema:)
beijos
Um dia que devia ser transformado num ano para as mentes sempre tão esquecidas...
Abração grande
Miguel
Bela foto e poema.
Um dia... não são dias.
Escolheste - como sempre - as palavras certas (as tuas e as do poeta).
Será que é assim tão importante para as pessoas saberem com quem os outros se deitam? Comportamento sexual? É só disso que se faz um ser humano? A renúncia à diferença é que mata a humanidade que há em nós.
Lindo o Jacques!
(Quanto à Fernanada, olha, deve ser das poucas vezes que gostei de a ler. Mas sinto ali um nadinha de superioridade, não sei porquê... Ora, devo ser eu a embirrar com a mulher. :) )
Infelizmente ainda há que muito que fazer em relação à luta contra a homofobia, pois a consciência da humanidade ainda não está suficientemente amadurecida para aceitar a homossexualidade como algo perfeitamente normal e natural, pelo menos enquanto predominarem os arquétipos judaico-cristãos. Mas acredito que neste século irá dar-se uma grande reviravolta no que toca à liberdade sexual...
"Já deixei o meu amor,
Já fiz a vontade ao mundo".
Um abraço amigo!
Obrigado pinguim. Já agora esta, esta bandeira foi fotografada na marcha do ano passado. Tirei lá óptimas fotografias que já tenho postado por aqui.
Um abraço.
paula: Quem sabe um dia? É preciso continuar a lutar para mudar mentalidades.
Um beijo
Miguel Barroso: Obrigado.
Ao Miguel e à Paula: Assim que eu poder vou dar um saltinho nos vossos blogues.
Algbiboy:
Como já me disse o Pinguim por outras paragens devia ser todos os dias.
um abraço.
g: Obrigado um beijo.
"A renúncia à diferença é que mata a humanidade que há em nós"
Excelente frase, meu caro Catatau. A diversidade é mesmo a maior riqueza do nosso mundo.
O Jacques era mesmo um artista fabuloso, arrepia-me sempre a maneira como ele põe tanto sentimento na voz.
Quanto à Fernanda, gosto muito de a ler mas apenas em algumas ocasiões.
Um abraço.
Paracletus: Eu espero que sim, infelizmente não acredito que ainda esteja por cá quando isso acontecer.
Um abraço.
SP: Não me digas que fizeste isso? Se o fizeste que tenha sido por razões pessoais e não por te importares com o que os outros pensam.
Um abraço.
É mais cedo do que imaginas, K.
(ou temos, ou não temos esperança, como é?)
Um grande, grande, grande abraço.
Meu caro moi eu tenho esperança mas também sou realista e se as coisas continuarem a mudar a passo de caracol vai ser mesmo assim.
Espero que ontinues a vistar o pessoal.
Um abraço
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