1968, um grupo de jovens da Universidade de Nanterre, nos arredores de Paris, descontente com o facto de não poder conviver com as raparigas no mesmo dormitório, iniciou um protesto contra o reitor. Quando este chamou a polícia iniciaram-se os confrontos, a repressão que se seguiu levou ao encerramento da universidade mas o rastilho estava já aceso e era impossível apagá-lo. No dia 2 de maio de 1968, os protestos chegam à Sorbonne.
Em solidariedade com os colegas de Nanterre, os estudantes tomam a universidade e formam barricadas para resistir às forças policiais. Seguem-se vários dias de batalha campal com gás lacrimogénio e cocktails molotov.
13 de Maio de 1968, os trabalhadores franceses iniciam uma gigantesca greve e juntam-se assim aos protestos dos estudantes.
Por todo o lado começam a surgir os ecos da revolta parisiense: Alemanha, Itália, Polónia, Checoslováquia e Estados Unidos, começam também a sentir os ventos de mudança.
Nos Estados Unidos, 1968, foi um ano agitado pelas mortes de Marthin Luther King e Robert Kennedy. Vários motins alastram por todo o país enquanto crescem os protestos contra a guerra do Vietname.
Foi na Universidade de Columbia que se deram as principais manifestações estudantis em resposta à descoberta de uma ligação entre a universidade e o Pentágono.
Tanques em Praga
Em Abril de 1968 nascia na antiga Checoslováquia a esperança numa nova forma de socialismo com uma "face mais humana". Alexander Dubcek, era o líder do Partido Comunista checo, foi ele que iniciou as reformas que ficariam conhecidas pela "Primavera de Praga". Durante cerca de quatro meses os checos viveram um sonho de democracia: Liberdade de imprensa e tolerância religiosa eram algumas das propostas de Dubcek para a nova Checoslováquia. Em Agosto, Brejnev respondia com tanques contra o sonho de liberdade dos checos.
Liberdade sexual, emancipação feminina
Foto de Robert Doisneau
1968, foi um ano que mudou o mundo. Os jovens finalmente conseguiam transformar a sociedade. Apesar de muitos países já viverem em democracia, foi só a partir desta data que muitas destas liberdades passaram a estar asseguradas.
Liberdade de expressão
Liberdade sexual
Igualdade de género
Corte com os valores das décadas passadas
Igualdade social
Fim da guerra no Vietname
Melhores condições de ensino
Menor intervenção da religião no estado e na sociedade
Será que o mundo precisa de um novo Maio de 68?
18 comentários:
Eu acho que devemos continuar a dizer: "Debaixo da calçada, a praia"!
Falta-nos Louis Aragon, Daniel Cohn-Bendit e Sartre, é certo (também não temos Street Fighting Men dos Stones a estrear), mas não nos faltam ideias, que diabo!
Há que subverter a Internacional Situacionista! ;)
É como diz o Catatau! Há uma série de ideais apenas delineados em '68 que carecem ainda de cumprimento, de continuação, de descoberta... Abraço! Excelente post!
Excelente sintetização histórica! Os anos terminados em 8 prometem...
Que este mundo necessitava de um bom Maio, necessitava.
Eu já me contentava com um Maio pessoal ;-)
Abraço grande
Como já disse "por aí", é uma data, e um ano que NUNCA sairá da minha memória.
Abraço.
Curiosamente, poucas semanas depois, nas eleições francesas a Direita obtém uma esmagadora maioria...
Para além disso, em Junho de 68, a sociedade francesa assiste à "aposentação compulsiva" de 100 jornalistas da ORTF que se haviam juntado às greves do mês anterior... Mais do que de um novo Maio isolado, precisamos de uma mudança que percorra todos os meses dos anos vindouros.
Magnífico post!
E sim acho que era preciso outro Maio de 68!
Beijos
fazemos já aqui um Maio de 2008!!!!!!!!
Estamos a precisar muuuuiiiiitttttooooo!!! :)
Beijos
;*)
Catatau:
Muito obrigado pelo teu comentário bastante esclarecido. Gostei da tua última frase:
Vamos todos "subverter a Internacional Situacionista!"
Um abraço.
Rato do campo:
Ainda há tanto a fazer, e falo só em portugal.
Mais uma vez vamos subverter esta mentalidade situacionista.
Um abraço.
Sócrates da Silva:
Eu estou mesmo a precisar de um Maio pessoal. Esperemos que o meu comece já na próxima quarta-feira.
Um abraço.
Um abraço.
Pois é, amigo Pinguim, não te quero chamar "cota" mas na altura já tinhas alguma idade para sentir esses acontecimentos.
Um abraço.
Meu caro Will, é bem verdade que o presidente De Gaule acabou por sair reforçado de toda esta história. Ainda assim valeu a pena, o mundo nunca mais foi o mesmo.
Obrigado pelo teu comentário.
Um abraço.
Gitas, obrigado. Acho que eram precisos muitos Maios de 2008.
Beijos
Lua(
Estamos a precisar e bem.
Um beijo
Porquê na quarta?
Porque só na Quarta vou ter a certeza de que uma decisão minha se vai concretizar.
Depois dou novidades.
Um abraço.
Quando tiver mais tempo tenciono abordar o aniversário da data. É bom saber que ela está a ser tema em vários blogues. Abraço,
E está mesmo, não esperava que fosse tão recordada. Fico então à espera do tal post.
Um abraço.
Postar um comentário