segunda-feira, 28 de setembro de 2009

QUE MON COEUR LÂCHE


Um dos melhores momentos da edição deste ano do Queer Lisboa foi uma das sessões do Queer Pop dedicadas a duas senhoras da pop francesa quase prácticamente desconhecidas por cá; zazie e Milène Farmer.
"Que mon coeur lâche", um dos melhores vídeos musicais que vi nos últimos tempos, realizado por Jean-Luc Besson.

domingo, 27 de setembro de 2009

YO SOLO MIRO



Na categoria de Melhor Curta-metragem "Yo Solo Miro" de Gorka Cornejo, foi a escolha do público do Queer Lisboa 13.
Os meus parabéns para Mina Orfanou, que venceu na categoria de melhor Actriz pela sua interpretação “intensa e tocante, pela energia e entrega física” como transexual em "Strella: a Woman`s Way", do realizador grego Panos Koutras.

"Fig Trees" do canadiano John Greyson, um filme que aborda o tema do HIV, foi o vencedor na categoria para Melhor Documentário.
Mais uma vez os meus parabéns ao João Ferreira e à Associação Janela Indiscreta pela organização de mais um Queer Lisboa. Para o ano há mais.

QUEER LISBOA 2009



"Ander" de Roberto Castón, o mais que merecido grande vencedor do Queer Lisboa 13. Mais que merecido, é também o prémio de melhor actor para Joxean Bengoetxea, que neste filme interpreta um camponês quarentão que se apaixona por Iñaki, o seu empregado peruano.

Destaque também para a menção especial do juri para o belíssimo "Rabioso Sol Rabioso Cielo" do mexicano Julián Hernández, o mesmo que na edição do ano passado nos trouxe uma das melhores curtas do Festival "Bramadero", que curiosamente é invocada neste filme.

sábado, 19 de setembro de 2009

MAFALDA E AS ELEIÇÕES

Uma vez que a Mafaldinha já tem direito a estátua em pleno centro de Buenos Aires, e nos aproximamos de um importante acto (ou agora é ato?) eleitoral, eis mais um brilhante momento desta irreverente menina.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

CARTOON H1N1


Agora que há cada vez mais informação e começa a passar a histeria inicial causada pela "terrível" gripe A, vulgarmente conhecida por "gripe suína" ou H1N1. Claro, que, como todas as doenças tem os seus riscos, no entanto é sempre saudável levar certas coisas a brincar.

Versão Pink Floyd

Th...Th...Th...Th... That's all folks!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

PATRICK SWAYZE, NORTH & SOUTH



Não estava entre os meus actores preferidos, mas, muito antes de Dirty Dancing ou Ghost, lembro-me de uma grande série que passou há uns bons anos na televisão. Em Norte e Sul, Patrick Swayze, actuou ao lado de monstros sagrados como Robert Mitchum, Elizabeth Taylor, Gene Kelly, Johnny Cash, Jean Simmons e o também recentemente falecido David Carradine, como um dos piores vilões da televisão.

TAKING WOODSTOCK


O regresso do realizador de Brokeback Mountain, inspirado nos quarenta anos do Festival de Woodstock.

Baseado numa autobiografia de James Schamus, é a história de Elliot Tiber, um aspirante a designer de interiores que se debate com a sua homossexualidade escondida e dependência de drogas durante o mais famoso festival musical dos anos 60. Ang Lee coloca, uma vez mais, a sua versatilidade à prova do mundo cinéfilo.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

FAMÍLIA LEAL, CASO TÍPICO EM PORTUGAL



Ainda a propósito das ideias jurássicas sobre a família tradicional de Ferreira Leite e do amigo Cavaco lembrei-me de fazer um pequeno filme para este velho clássico dos Peste & Sida.
A música foi lançada em 1989 no disco "Portem-se Bem". Vinte anos depois continua tão actual.
Esperemos que não seja esta a ideia de família da MFL.

Homem Honesto, amigo do lar
Trabalhador exemplar
Não usa a cabeça para pensar
e vai à tasca para se confessar.
Vai para casa cheio de bebida
rapar o tacho, encher a barriga.
Dá porrada na mulher
como se fosse um bicho qualquer.

Oi oai, família Leal
Oi oai, caso típico em Portugal
Oi oai, família Leal
Oi oai, caso típico em Portugal

Dona de casa, mulher honesta
todos os filhos para criar.
Não usa o método anticoncepcional,
leva uma vida bem normal.
Do marido leva porrada,
e por ele pensa ser amada.
fala muito do que não vê,
sofre com a novela na tv.

Oi oai, família Leal
Oi oai, caso típico em Portugal
Oi oai, família Leal
Oi oai, caso típico em Portugal

Esta é a história da família Leal.
É uma família muito tradicional.
É um caso típico em Portugal.

É uma família em stress
Família em stress
família em stress

João Pedro Almendra/Peste & Sida

A letra foi passada a ouvido por isso se houver alguma incorrecção peço as minhas desculpas e agradeço que me corrijam.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

QUEER 13


Meninos o Queer já mexe.

Este é outro dos eventos imperdíveis do mês de Setembro. Este ano o festival abre no dia 18 com um filme português; Morrer Como um Homem de João Pedro Rodrigues, e fecha no dia 26 com Where the World Mine Tom Gustafson.

Além das habituais sessões de longas, curtas e documentários, a edição deste ano repete as Noites Hard, que tiveram bastante sucesso na edição do ano passado. Destaco ainda o Espaço Memória, na Sala Buondi:
Dia 19 evoca-se o centenário do pintor Francis Bacon, com um mural colectivo que será pintado pelo público.
Dia 20: O dia de António Variações
Dia 21: Dia de poesia com o grande poeta António Botto e a presença do escritor Eduardo Pitta.
Dia 22: Dia Stonewall.
Dia 23: Dia Amália Rodrigues, com um pequeno showcase do grupo Amália Hoje.
Dia 24: Dia da queda do muro de Berlim.
Dia 25: As Nossas Divas sobre Judi Garland, com a projecção do fabuloso Feiticeiro de Oz

Queer Lisboa 13, programação


Morrer Como um Homem


A útima fita do realizador de o Fantasma e Odete conta a história de Tonia, um fulgurante ícone da noite lisboeta que, tal como Ruth Bryden, na segunda metade dos anos oitenta, em plena euforia do estrelato local, abandonou a sua identidade dupla e apropriou-se da sua “personagem artística”, iniciando uma série de intervenções de cirurgia plástica que a transformaram, socialmente, numa mulher. Tonia foi apagando progressivamente todos os vestígios da sua identidade masculina original, que para ela representava tudo o que não podia controlar: a discriminação pela sua homossexualidade, o género masculino que deplora no seu corpo, o nome da família que a rejeitou, a paternidade de um filho fruto de uma relação heterossexual adolescente.
Esta é a história de um renascimento. Tonia gera-se a si própria num sentido quase cronenberguiano: o corpo de António Cipião, a sua identidade masculina original, metamorfoseia-se no corpo de Tonia. Mas é essa também a sua tragédia. Tonia transforma a aparência sem nunca chegar a mudar de sexo. Contra a sua vontade e verdade mais urgente e imediata, fala a sua consciência mais profunda: as suas convicções religiosas não a deixam concluir a transformação. O conflito entre a esfera privada e a esfera social, da qual ela se sente excluída mas de que inevitavelmente faz parte, acaba por não ser a sua motivação determinante, mas tão só o primeiro grau da tragédia. É o seu conflito interior, agravado pelo conflito com aqueles que lhe estão mais próximos, que se vai revelar irresolúvel e irremediavelmente trágico. E a morte, ao cumprir o seu destino de personagem, terá algo de purificador - como uma clarificação sublime dos desígnios da sua presença entre os vivos.
Mas esta é também uma história de amor: a história de Tonia e do seu companheiro Rosário, um inédito “Romeu e Julieta”.

Texto retirado do site da AIP

O filme ainda nem tinha chegado a Cannes e já estalava a polémica com Carlos Castro, autor de uma biografia de Ruth Bryden. O famoso cronista social lançou uma providência cautelar, acusando o realizador e a Rosa Filmes de plágio.

Queer Lisboa 13, programação

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A MANELINHA CONTRA O LOUÇÃ


Desde que regressei da Festa do Avante tenho tentado ver os debates já realizados entre os líderes dos principais partidos portugueses às proximas eleições legislativas. Pelo que vi apenas o confronto entre Louçã e Ferreira Leite fugiu ligeiramente à monotonia geral.

Quanto aos "temas fracturantes" aqui ficam alguns "sound bites":


"(O estado) não pode dizer àquele homem que não pode amar aquela outra pessoa."

O estado não dita o amor de uma pessoa."

"O que é fracturante é a desigualdade"
Francisco Louçã.

"No casamento com determinada noção de família perspectiva-se a existência de filhos nas uniões com outras caracteristicas não se perspectiva a existência de filhos."
Manuela Ferreira Leite.

Como o tema não era apenas o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas também o divórcio e as uniões de facto faltou a MFL esclarecer porque razão também se opõe à igualdade de direitos entre as uniões de facto e o casamento, mesmo perante casais heterossexuais com filhos.

A Grande tirada:

"Eu sou uma pessoa que defende o casamento mas não imponho o casamento. O Dr. Francisco Louçã não defende o casamento mas impõe o casamento."
Manuela Ferreira Leite.

Ver aqui o vídeo integral do debate entre Louçã e MFL

domingo, 6 de setembro de 2009

ARCO-ÍRIS NA FESTA DO AVANTE

Este fim-de-semana decorreu, ali para os lados da Amora, mais uma grande Festa do Avante. Apesar de não me considerar comunista, há 19 anos que não perco uma edição, pois, muito mais que uma festa política, é uma festa de música, cultura, ciência, confraternização e, melhor que tudo, de reencontro com velhos amigos que só vejo uma vez por ano.

No parque de capismo da festa encontrei esta bandeira, colocada por umas meninas, não muito longe da zona onde estava o meu grupo. Apesar de discreta, marcou a presença LGBT no evento. As cores da diversidade são afinal iguais às da paz e não podiam ser mais bonitas.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

OS SACANAS DE TARANTINO


Mas o que me levou a regressar a escrever estas linhas foi “Sacanas sem Lei”, o mais recente delírio de Quentin Tarantino. Como tem acontecido em algumas das anteriores obras do cineasta americano, é um daqueles filmes que os seus críticos vão odiar e os fãs venerar. O realizador de “Pulp Fiction” tem destas coisas. Uma das principais críticas feitas a “Sacanas sem Lei” é a falta de rigor histórico do argumento. Realmente o filme é de fazer arrepiar qualquer historiador que se preze. No entanto a intenção do autor de “Reservoir Dogs” não era de fazer um filme histórico mas sim uma ode ao cinema, tendo como pano de fundo a França ocupada durante a II Guerra Mundial. Já nos habituámos às constantes referências cinematográficas nos filmes de Tarantino mas “Inglourious Basterds” é ele próprio uma pequena homenagem à história da sétima arte.

A belíssima sequência inicial tem um plano que recorda os velhos westerns olhamos para aquela casa isolada e esperamos ver surgir ao longe um grupo de cavaleiros prontos a destruir tudo à sua volta. No filme de Tarantino em vez de cavaleiros temos os soldados nazis liderados pelo Coronel Hans Landa, protagonizado por um fabuloso Christoph Waltz, sem dúvida o melhor de todo o filme. A sua missão é de encontrar judeus escondidos entre a população que tenham conseguido escapar às anteriores deportações. Hans Lada é um oficial da Gestapo, duro, cruel, cínico mas muito pragmático. Os melhores diálogos do filme estão mesmo a seu cargo.

Brad Pitt, É o galã de serviço, tem pouco de charmoso, é um campónio abrutalhado com sotaque do Tenessee, sangue apache e sedento de sangue nazi. Ele constitui uma unidade especial constituída por judeus que vai aterrar na França ocupada com o único intuito de massacrar e escalpar soldados nazis. O nome da personagem de Pitt é Aldo Raine, uma óbvia referencia ao actor Aldo Ray (1926-1991) que curiosamente cumpriu serviço militar na Marinha Americana durante a II Guerra Mundial.


No entanto as referências cinematográficas não se ficam por aqui, O Tenente Archie Cox (Michael Fassbender) é crítico de cinema especializado no cinema de Weimar. Esta foi a grande época de ouro do cinema alemão que compreende o período entre as duas guerras. O filme de Tarantino cita especialmente Georg Pabst (1885-1967) o realizador de A Buceta de Pandora de 1929. Pabst e Riefenstahl (1902-2003) são referências recorrentes em todo o filme.

O argumento é simples: O Tenente Archie Cox tem por missão aterrar em França para se juntar aos “Basterds”, e aliados a uma estrela do cinema alemão, vão mandar pelos ares o cinema onde se encontrarão todas as altas figuras do regime nazi, incluindo o próprio Führer.

Finalmente a banda sonora, sempre importante nos filmes do realizador americano, não deixa de ser ela também, uma homenagem ao próprio cinema. A maior parte dos temas evocam os velhos westerns de Sérgio Leone (1929-1989) através da música de Ennio Morricone. A sequência inicial surge ao som de “The Green leaves of Summer” música do filme “The Alamo” (1960), interpretado e realizado por John Wayne (1907-1979). Finalmente aquela que na minha opinião é a melhor música de todo o filme: “Cat People Putting out the Fire” de David Bowie, tirada do filme “Cat People” (1982) de Paul Shrader.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

OS CAÇADORES DE VAMPIRAS LÉSBICAS


Recentemente, passando por um dos grandes centros comerciais da capital, decidi esquecer o meu dogma anti-pipoca e lá fui ver o último Tarantino. Logo à entrada arrepiei-me com o cartaz de um filme que tinha por título esta preciosidade: “Os Caçadores de Vampiras Lésbicas”. Realmente já se fizeram tantos filmes sobre vampiros que a imaginação não dá para mais.

Numa pequena cidade rural em Inglaterra as mulheres foram escravizadas por um terrível bando de vampiras lésbicas. Entretanto chegam à terrinha dois cromos que desconhecem o que se passa no local e são oferecidos em sacrifício às vampiras.
Parece mau? Pelo trailer parece mesmo um filme de fugir. O título absurdo remete-nos para aqueles antigos filmes de série b com títulos fabulosos como por exemplo o já mítico “Ataque dos Tomates Assassinos”. Não sei se este vai ficar na história, mas acho suficiente mau para passar em sala enquanto tantas obras boas passam directamente para o vídeo.

Por fim fica a nota sexista do filme, cheio de mulheres bonitas para encher as fantasias eróticas dos gajos; pelo menos o velho estereótipo dos machões que têm fetiches com lésbicas, ainda mais a morderem-se nos pescoços, e sabe-se lá em que outros sítios mais.

Por isso meus meninos, cuidado, muito cuidado! Quando menos esperam podem ser atacados por uma horda selvagem de vampiras lésbicas vindas sabe-se lá de onde. O filme só deve estrear lá para Outubro, mas entretanto...