quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

ECCE HOMO


Humanidade exposta
À varanda do mundo,
A mostrar,
Consumadas,
As horas cruciantes da paixão.
As chagas a sangrar
E as mãos atadas…
Violência e prisão.

Semi-velado, o rosto
Não tem olhos,
Ou cobre-os o pudor
Da lucidez…
Alheio ao sol fortuito do poder
E à vencida aparência que lhe dê,
O penitente deixa-se apenas ver.
O que ele vê, não se vê…

Miguel Torga

Um comentário:

wind disse...

Forte e belo poema que escolheste:)
beijos