Acabo de saber pelo Felizes e pelo Pinguim da partida do Catatau. Confesso que foi um choque.
Há muito que sentia a falta dos seus comentários, sempre me interroguei como é que ele conseguia, quase sempre, ser o primeiro a comentar, e como eram sempre certeiros e pertinentes esses mesmos comentários. Não o vou poder abraçar no jantar deste ano e já sinto saudade.
Este foi daqueles que nunca esqueci:
"Olha, nem sabes a alegria que me dás!
Não, não é por quereres tirar um curso superior (que sim, pronto, ok, mas não é isso) - é por ser o curso que é!!! Vais gostar, acredita. E se não o conseguires fazer no tempo "regulamentar", demora o que quiseres. Saboreia-o.
(Se precisares de ajuda pede o meu contacto ao Pinguim. :) )"
8 de Maio de 2008 08:35
Aqui fica a minha homenagem nas palavras do Al Berto, penso que ele iria gostar.
"No centro da cidade, um grito. Nele morrerei, escrevendo o que a vida me deixar. E sei que cada palavra escrita é um dardo envenenado, tem a dimensão de um túmulo, e todos os teus gestos são uma sinalização em direcção à morte - embora seja sempre absurdo morrer.
Mas hoje, ainda longe daquele grito, sento-me na fímbria do mar. Medito no meu regresso. Possuo para sempre tudo o que perdi. E uma abelha pousa no azul do lírio, e no cardo que sobreviveu à geada. Penso em ti. Bebo, fumo, mantenho-me atento, absorto - aqui sentado, junto à janela fechada. Ouço-te ciciar amo-te pela primeira vez, e na ténue luminosidade que se recolhe ao horizonte acaba o corpo. Recolho o mel, guardo a alegria, e digo-te baixinho: «Apaga as estrelas, vem dormir comigo no esplendor da noite do mundo que nos foge»."
Al Berto, Lunário
Imagem: Starry Night - Van Gogh