quarta-feira, 21 de março de 2007

PRIMAVERA


É Primavera agora, meu Amor!
O campo despe a veste de estamenha;
Não há árvore nenhuma que não tenha
O coração aberto, todo em flor!

Ah! Deixa-te vogar, calmo, ao sabor
Da vida... não há bem que nos não venha
Dum mal que o nosso orgulho em vão desdenha!
Não há bem que não possa ser melhor!

Também despi meu triste burel pardo,
E agora cheiro a rosmaninho e a nardo
E ando agora tonta, à tua espera...

Pus rosas cor-de-rosa em meus cabelos...
Parecem um rosal! Vem desprendê-los!
Meu Amor, meu Amor, é Primavera!...

Florbela Espanca

2 comentários:

Moura ao Luar disse...

Chegou, fresquinha como a noite

wind disse...

Um soneto que foje um pouco ao registo de FE.
Em adolescente adorava-a, agora vejo que tem coisas boas mas é muito depressiva.
Beijos