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Do seu corpo juvenil!
O sol encharca-o de luz,
E o mar, de rojos, tem rasgos
De luxúria provocante.
Avanço. Procuro olhá-lo
Mais de perto... A luz é tanta
Que tudo em volta cintila
Que tudo em volta cintila
Num clarão largo e difuso...
Anda nu - saltando e rindo,
E sobre a areia da praia
Parece um astro fulgindo.
Procuro olhá-lo; - e os seus olhos,
Amedrontados, recusam,
Fixar os meus... - Entristeço...
Mas nesse lugar fugidio -Pude ver a eternidade
Do beijo que eu não mereço...
António Botto
Um comentário:
Que maravilha. Até me esqueço do Botto de tanto olhar para os contemporâneos. É um excelente texto para começar!
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